Pesquisar este blog

sábado, 22 de julho de 2023

Calma - sai mais barato perdoar

 Geraldinho suplicava que o pai lhe perdoasse, sabia que errara ao bater o carro do “velho” por conta de sua pouca habilidade ao volante, mas não compreendia a razão de sua extrema irritação. Afinal, em sua visão, o carro poderia ser consertado e, convenhamos, acidentes acontecem. Não tinha intenção de causar qualquer dano ao pai. Todavia, Godofredo, o pai, fazia ouvidos moucos aos pedidos de Geraldinho e vociferava desequilibrado:
 
- Isso não tem perdão, Geraldinho, não tem.  E o prejuízo? Quem pagará o conserto do automóvel? Com certeza eu; eu terei de arcar com o prejuízo de sua barbeiragem.

 - Calma, papai, mantenha a calma, perdoe-me... Eu pagarei; ganho pouco, mas posso pagar-lhe se me dividir em algumas prestações.

Furioso com as explicações do filho, Godofredo desferiu potente chute na parede.

O resultado: fratura no pé esquerdo e mais de 6 meses afastado da atividade profissional.

No outro dia, após a cirurgia do pai, Geraldinho entrou no quarto do hospital segurando flores para presenteá-lo, e, sorrindo, disse:

- Sai mais barato perdoar, papai, sai mais barato perdoar...

O perdão é um dos temperos da vida. Deve ser utilizado na medida exata.

Tem gente que perdoa muito. Transita pela vida a perdoar os outros. Por qualquer contrariedade ou até mesmo advertência que recebam, sentenciam bondosos: “Eu perdoo!”. Pessoas assim dão claro sinal de que se ofendem por qualquer coisa. Isso não é bom.

Tem gente, entretanto, que está no oposto. Não perdoa nada nem ninguém. Pessoas assim estão enfermas: dureza no coração.

Mahatma Gandhi afirmava não perdoar seus adversários, afinal, só perdoa quem se sente ofendido, e ele, em sua grandeza espiritual, pairava acima das querelas do ser humano, logo, não se ofendia.

Contudo, Gandhi é uma exceção em meio às regras do mundo.

Profundo conhecedor da natureza humana, Jesus recomendava o perdão sem limites e, em Mateus, V:7, o mestre ensina: Bem-aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia. Já que na Terra de vez em quando, ou melhor, de vez em sempre, damos nossas escorregadelas e ofendemos ou nos sentimos ofendidos, é necessário perdoar e pedir perdão, enfim, sermos misericordiosos para termos uma vida mais serena.

Se não exercitarmos a dinâmica do perdão em duas vias - conceder e pedir -, é sinal de que, como Godofredo, cedo ou tarde desferiremos potente pontapé na parede, representado na forma da ofensa, da palavra áspera e da ironia ferina, ou, bem pior: adoeceremos do coração de modo que gastaremos muito, seja para reparar fraturas provindas de nosso desequilíbrio ou nos livrarmos de alguma outra enfermidade oriunda de nossa inflexibilidade.

Aliás, até mesmo Geraldinho aconselhou: “Sai mais barato perdoar!”. 

Wellington Balbo – Sai mais barato perdoar – O Consolador – Nº 204 – 10/04/2011

Calma - A retribuição

Hoje em meu culto do Evangelho, ao ler mensagem “A retribuição” (Fonte Viva, Chico/Emmanuel), levei um susto. Se eu estivesse na alfabetização, a professora diria que foi um estalo (a gente chama isso para o exato momento em que a criança olha para o quadro, para a folha e consegue, ao juntar as letras, ler a primeira palavra), ouso dizer, um estalo paradoxal.

A pergunta inicial era: “Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?” (Mt. 19:27) Acredito que não foi Pedro e nem eu a única mortal sobre esse planetinha azul que muitas vezes se pegou e pega esperando a retribuição divina ou humana. Penso ser ainda da condição humana, ou melhor, dizendo, do nível evolutivo em que nos encontramos. Pois bem, Emmanuel, como sempre usando a natureza para explicar, mostrou explicações extremamente paradoxais que seriam mais ou menos assim: “a retribuição de seu esforço em amar, evoluir, ser feliz é o servir, enxergar o outro”. Muita calma nessa hora! E eu? 

No Evangelho encontramos: “No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento”.

Bom, podemos olhar ao nosso redor e observar...  Existem pessoas, parece que muito mais agora, as hedonistas, que transitam entre o instinto e as sensações, e dá-lhes mais sensações. Possuem ou lutam por possuir bens, pessoas, status, poder. Para essas pessoas nada é suficiente. Em seu egoísmo e orgulho jamais assumirão publicamente que têm um imenso buraco negro em seu ser; falta algo e isso as impulsiona a querer cada vez mais ir à busca das mesmas sensações que a materialidade supre momentaneamente. É como droga, sexo, bebida, comida, jogo, poder e todos os vícios de caráter. Matamos e morremos por eles, mas o buraco fica ali denunciando que falta algo...

De repente o estalo, já na exaustão do sofrimento e do cansaço, o homem começa a perceber que existe o outro independente dele. Penso que esse olhar começa quando olhamos pela primeira vez um filho, um ser vivente para além de nós e, mesmo ainda sendo egoístas e orgulhosos, sentimos a vontade de proteger; abrimos espaço em nosso centro para esse ser entrar. Começamos a dividir genuinamente. Estamos engatinhando para os sentimentos. É claro que se na natureza as transformações não acontecem aos saltos, conosco não será diferente, ainda lutaremos com unhas e dentes pelas mesmas coisas de antes e nosso amado será a desculpa. Quem já não ouviu a frase: Faço tudo por meus filhos! Morro por ele, ela! Trabalho para dar garantias! E por aí afora?

Nessa fase entre dois mundos, na transição, tudo fica misturado e ainda, sendo seres extremamente egoístas e orgulhosos, queremos que o outro siga as regras de nossa cartilha. Como o outro ainda é extensão do meu ser, não posso permitir que ele construa do jeito que ele quiser e souber sua existência, sua trajetória, sua felicidade. Daí os grandes conflitos entre gerações, pais e filhos, famílias.

O mais engraçado, tragicômico, é que antes as cruzadas eram com derramamento de sangue, agora são com derramamento de prisões psicológicas e a coisa se complica com as inversões de papéis quando reencarnamos. Aquele que oprimia passa a ser o opressor... E a confusão não vai ter fim?

“Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?” Notemos que Pedro é claro quando diz: “nós que deixamos tudo”. Novamente o estalo! O que de fato eu deixei? O que de fato eu me desapeguei? Qual foi meu esforço para sair de mim? Quando foi que o planetinha azul parou de girar ao meu redor? Quando foi que minha felicidade já não estava atrelada à obrigação do outro fazer-me feliz, servir-me, seguir minhas vontades e desmandos?

O mais surpreendente é que não consigo lembrar-me na literatura espírita, no Evangelho, nas Leis divinas, nenhum exemplo em que a Espiritualidade Maior, Jesus, Deus atrelam sua felicidade, sua evolução, perfeição - no caso de Deus, e responsabilidade a esse insignificante ser que sou.

Vejo, sim, pesar, tristeza, não porque eles não conseguem ser felizes por causa de minha birra, infelicidade, imperfeição, mas porque eles sabem que ainda me debato, parada lá atrás na guerra entre instinto e sensação. Que, como bebê, ainda me arrasto, engatinho, porque arrogante, não seguro nas mãos das leis divinas, para dar o impulso de levantar-me e sair caminhando de mãos dadas com Eles.

Daí parece estar fechando um ciclo, quando eu de fato solto, deixo tudo, cada coisa vai pro seu lugar e, ao fazer isso, olho o outro com compaixão, amor, respeito e, mesmo com pesar, deixo-o seguir e construir seu caminho.

Meu papel de provedor/controlador passa a ser aquele que segue ao lado, note, ao lado, construindo minha evolução e felicidade independentemente da escolha do outro. Com a sensação de que da mesma forma que a Espiritualidade Maior compreende meu nível evolutivo, eu também já consigo tentar seguir o exemplo: estar ao lado para intuir (para nós encarnados, dar orientação ou conselho, quando solicitados), amparar a queda, pegar no colo, soprar as feridas, mas colocar novamente no chão para que nosso amado siga com sua evolução individual. Isso é servir!

E com convicção de alma (espírito encarnado), o paradoxo torna-se um ciclo perfeito e não há melhor definição de amor, não há lei mais perfeita, do que “Fazer ao outro o que quero que o outro faça para mim!”.

 Darlene Caires – A retribuição – O Consolador – Nº 407 – 29/03/2015


Calma - Paciência: um santo remédio

Será que, no mundo de hoje, é possível alguém manter a "santa paciência" em todos os momentos da vida, sem explodir nem uma única vez? Acredito que isso seja possível, mas, que é difícil, é.

Ouvindo alguns amigos a respeito do que é capaz de tirar-lhes a paciência, eles me deram motivos como: engarrafamentos no trânsito, principalmente quando têm compromissos com hora marcada; mal abrir o sinal e o carro de trás buzinar para que andem logo; assistir ao cinismo dos corruptos; repetir alguma coisa para alguém que finge não ouvir... 

Bem, mas adianta perder o controle? Vai resolver? O que se ganha sendo impaciente? Perder a paciência, em qualquer circunstância da vida, é a maneira mais fácil de perder a tranquilidade, a paz interior, a saúde física e a espiritual.

Neste sentido, lembro a afirmativa de Chico Xavier de que a neurose tem origem na impaciência. Diz ele também que "um trauma emocional se comunica ao corpo todo. Talvez cerca de 60% a 80% de nossas doenças sejam adquiridas através dos choques, da intolerância, das ofensas e da falta de perdão". 

Tenho certeza de que a paciência é o santo remédio de nossas vidas para vencermos todas as dificuldades físicas e morais.

Foi exatamente o que Jesus exemplificou durante toda a Sua vida aqui na Terra; afinal, Ele é o modelo e o guia oferecido por Deus à humanidade. Nessa condição, o Mestre nos ensinou que "é na paciência que ganhareis as vossas almas" (Lucas 21:19). Isso quer dizer que a criatura impaciente, que perde a calma e é incapaz de manter o controle emocional, acaba perdendo sua alma nos labirintos da perturbação. 


E caso você precise vencer a impaciência, ore assim: "Pai de amor e bondade: dá-me forças para suportar com paciência as provas por que passo; ilumina minha alma para compreender o próximo que tudo faz para me irritar; ajuda-me sempre, Senhor, a ficar calado na hora de qualquer conflito; ampara-me, a fim de não tomar qualquer decisão precipitada na vida e vir a me arrepender depois; e que eu tenha, Senhor, muita paciência para perseverar na edificação do bem, mantendo a calma em todos os momentos da vida. Assim Seja!".

 Gerson Simões Monteiro – Paciência: um santo remédio
                                                                                – O Consolador – Nº 86 – 14/12/2008


Calma - Respostas à pressa

Evite a impaciência.

Você já viveu sé­culos incontáveis e está diante de milênios sem-fim.

Guarde a calma.

Fuja, porém, à ociosi­dade, como quem reconhece o decisivo va­lor do minuto.

Semeie o amor.

Pense no devotamento d´Aquele que nos ama desde o princípio.

Guarde o equilíbrio.

Paixões e desejos desenfreados são forças de arrasamento na Criação Divina.

Cultive a confiança.

O Sol reaparecerá amanhã, no horizonte, e a paisagem será di­ferente.

Intensifique o próprio esforço.

Sua vida será o que você fizer dela.

Estime a solidariedade.

Você não poderá viver sem os outros, embora na maioria dos casos possam os outros viver sem você.

Experimente a solidão, de quando em quando.

Jesus esteve sozinho, nos momen­tos cruciais de sua passagem pela Terra.

Dê movimento construtivo às suas ho­ras.

Não converta, no entanto, a existência numa torre de Babel.

Renda culto fiel à paz.

Não se esqueça, todavia, de que você jamais viverá tranquilo sem dar paz aos que pisam seu caminho.

Correio Mediúnico – Respostas à pressa – O Consolador – Nº 170 – 08/08/2010

André Luiz, Livro: Agenda Cristã, (cap. 30), (Chico Xavier)

Calma - Memória de um suicida

Calma! É apenas o título do pensamento que será desenvolvido. Nada de pânico, a coisa está feia, mas nada que justifique esse ato louco e insano. 

Minha esposa tem me dito que ando muito crítico. Na verdade, ela diz que ando muito chato, às raias da esclerose, que reclamo de tudo e de todos e que venho me tornando de difícil convívio, muito exigente, sem tolerância, que não relaxo nunca, muito repetitivo. E não me relaciono mais com as pessoas, sendo muito anti-social. 

Lembro que muito tempo atrás me chamava de urtigão, eremita, fechado, metido e outros adjetivos dessa natureza. 

O que quero dizer é que concordo, pois era assim mesmo. Hoje acredito na evolução das espécies, me vendo como exemplo disso, e olha que, se reclama de mim hoje, imaginem antes. 

É verdade. Tenho olhado tudo com muito cinza. Não consigo mais ver as coisas coloridas e vibrantes. Tudo muito preto e branco e cinza, um horror.  

Considero-me um otimista, mas tenho me tornado um otimista azedo e cruel. 

Não há açúcar que baste para adoçar as situações.  

Isso já está preocupante. 

Há um tempo caí na besteira de fazer um desenho desafiando uma amiga que é psicóloga e disse que poderia me analisar apenas por um desenho e pela assinatura.  

Desdenhei e desafiei. 

Quebrei a cara. Não é que meteu um monte de dedos nas feridas?  

Caramba, fiquei impactado! 

Fiquei olhando para o desenho, de cabeça para baixo, no verso, de longe, de perto e nada me disse, foi incrível! 

Ela queria me tratar, mas não tive coragem, disse-lhe que a graça dos loucos é a sua loucura, se tratar fica tudo certinho demais. 

Suicídio! 

Calma! Não está chegando a hora não! 

Explicando o título: Memória de um suicida, quero dizer sobre o que fazemos com nós mesmos a toda hora, dia a dia.  

O que não fazemos por nós mesmos todos os dias.  

Quantas vezes pedimos socorro e não ouvimos, quantos nos dão toques e não sentimos e não queremos sentir, vamos nos matando um pouquinho de cada vez.  

Não cantamos mais. Não brincamos mais. Não vibramos mais.  

O sexo é feito mecânico e se torna enfadonho e chato. Já imaginaram? Sexo chato, é pedir pra morrer! 

Lembrei da música dos Titãs: EPITÁFIO! 

Você se mata e não percebe e vai ficando velho no agir e no pensar e piorando até não poder mais, nem você aguenta você mesmo e aí é suicídio na certa e não precisa ter mais de 60 para isso ocorrer.

Por isso que vemos um monte de idosos malas e rabugentos, que não se cuidam e esperam a morte para acabar com a graça da vida e também não precisam ter mais de 60 para isso acontecer.

Sua e dos outros! 

Eu, hem! Tô fora! Xô de mim! 

Que suicídio que nada! Tá difícil, isso já sabemos, mas é no difícil que é bom, é gostoso.  

Cadê aquele desafio do difícil? Do negócio desafiador? Daquela garota ou aquele garoto que não dava bola pra gente e era o sonho de consumo? Das disputas pessoais? Das pequenas conquistas? Das provas escolares? Da vaga na faculdade, no emprego, na mesa e no altar? 

O que deve fazer?  

Se já morreu, babau, só na próxima! 

Mas se acredita que ainda tem um suspiro, vá à luta e procure algo que o motive. Comece com pequenas coisas, desafios menores e vá crescendo para os mais difíceis. 

Se já está enrugado, sai da água morna e agite-se! 

Malhação moral é do que precisa! Trabalho voluntário é ânimo para você e para os outros! 

Grite diante do espelho tudo que precisa ouvir, tanto faz de bom ou de ruim!  

Ponha pra fora sem medo de não estar em forma. Que importa se tá caído, levanta e segue! 

RESSUSCITE-SE! Boa essa, não? Um cara há muito tempo fez e deu certo, tá valendo até hoje! 

Tá na hora da virada, diga pra você mesmo: Ajude-me a encontrar o colorido nesse mundo cinza que estou criando. 

Um amigo meu é competidor de triatlon ( corrida, natação e bicicleta), anda mais a pé do que eu de carro, só um detalhe: ele é bi-amputado! Isso mesmo, sofreu acidente e perdeu as duas pernas abaixo do joelho. Claro! Ficou arrasado, desanimou pra vida e tudo. Mas, veio um outro amputado e disse que ele podia correr. Louco, além de não ter uma perna, era louco! Que nada, apenas acreditava um pouco mais que o meu amigo. Hoje, esse meu amigo é convidado todos os anos, com tudo pago para a maratona de Nova Iorque. 

Que suicídio que nada! Que cinza que nada! Que reclamar da vida que nada! 

Tô fora! Isso é coisa pra quem já morreu e não sabe!

Adams Auni – Memórias de um suicida – O Consolador – Nº 58 – 01/06/2008

Calma - A irritação

Ao sair do lar, defrontas os problemas da condução e do trânsito, na busca da tua oficina de trabalho.

Transportes abarrotados, pessoas rudes, multidões apressadas, violência pela disputa de lugares, ruas e avenidas movimentadas...
*
Se chove, emperra o trânsito e as dificuldades se ampliam.

Se faz sol, o calor produz mal-estar e as reclamações promovem aborrecimento.

Se dispões de veículo próprio, não te podes mover conforme gostarias, pelas vias de acesso, em congestionamento crescente.
*
Todos têm que chegar a tempo.

O relógio não para.

Os que se atrasaram pretendem recuperar os minutos perdidos e atropelam os que estão ao lado ou à frente...
*
A irritação chega e se instala, perturbando-te e levando-te a competir também com os agressivos.

As buzinas produzem bulha, os semáforos te interrompem a marcha, e tudo parece estar contra os teus propósitos.
*
Mantém a calma.

Amanhã, propõe-te a sair de casa mais cedo.

A tranquilidade de todo um dia merece o teu investimento de alguns minutos.

Não te irrites, portanto, evitando os perigos da ira, que instala desequilíbrios graves que podes evitar.

Correio Mediúnico – A irritação – O Consolador – Nº 115 – 12/07/2009

Joanna de Ângelis, Livro: Episódios Diários, (cap. 4), (Divaldo Franco)

Calma - O teto da alma

                    Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando...

"Ante o dominador tíbio que lavava as mãos em referência à Sua vida, Jesus Se fez o símbolo da calma integral  e da absoluta certeza da vitória da verdade." 
Joanna de Ângelis

Segundo Fénelon, a calma em meio às tempestades da vida é uma felicidade, e a sua aquisição está diretamente proporcional à não criação de necessidades quiméricas.

Allan Kardec ensina: "(...) a calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.

Encarando as coisas deste mundo da maneira que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença - mesmo com alegria - os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias. Evidente se torna que essa força que o coloca acima dos acontecimentos lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, a conturbariam”.

"Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em Mim." 
(Jo., 14:1)

A calma de Jesus - em todas as situações - assentava-se na absoluta certeza da vitória da verdade e Sua confiança irrestrita e incondicional no Pai Celestial.

Naturalmente o proscênio terrestre apresenta-se nos como uma estrada de trânsito difícil, doloroso, árduo, inçado de cardos ferintes. Não é para menos, considerando-se os baixios evolutivos aos quais estamos (ainda) vinculados, e onde está empoçado - como água estagnada - o ancestral caldo remanescente de nossas transatas defecções.

A vida é difícil e estamos à mercê de inúmeras vicissitudes de percurso. Daí a importância de que se revestem as palavras de André Luiz, quando, através da abençoada mediunidade de Chico Xavier, nos fala do seguinte modo sobre a Calma:

"Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar: se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior. Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante. Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo. Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos. Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo. Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo. Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores. Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga distância entre você e o objetivo a alcançar.

Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por solução”.

Rogério Coelho – O teto da alma – O Consolador – Nº 399 – 01/02/2015

terça-feira, 4 de julho de 2023

Calma - Nunca desfalecer

 "... Orar sempre e nunca desfalecer." - (Lucas, 18-1.)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontras no plano do exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições. Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar. Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual. Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte? Onde os romanos vaidosos e dominadores? Onde os verdugos da Boa Nova nascente? Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor? Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado? Onde as trevas da Idade Média? Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandecerá, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

Elucidações de Emmanuel – Nunca desfalecer – O Consolador – Nº 11 – 27/07/2007

Emmanuel, Livro: Fonte Viva, (Chico Xavier)


Calma - A calma que se precisa

 O momento decisivo da evolução humana pede persistência, coragem, mas também calma.

Se pensarmos no alcance no final da conhecida expressão de Jesus: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei, podemos ampliar seu entendimento e entender seu divino convite.

Afinal o "como eu vos amei", como devemos entender?

Como é que Ele nos amou?

Em boa síntese didática-educativa, podemos entender que:

a) Ele sempre respeitou nossa posição evolutiva. Tanto que sempre valorizava quem dele sem aproximava. Às diferentes personalidades que o procuraram, da mulher adúltera ao doutor da lei, respeitou-lhes o estágio moral.

b) Nada pediu em troca pelos inúmeros benefícios que trouxe à humanidade. Isso é uma demonstração de amor. Ama e porque ama, ampara, consola, conforta, orienta; nada exigiu, aguarda nosso despertar.

c) Importou-se conosco. Esse importar-se conosco foi demonstrado na prática pelas expressivas manifestações de entendimento de nossa precária condição evolutiva, estendendo-nos seu divino amparo e orientação.

Daí a recomendação fraterna: "Amai-vos uns aos outros". Mas apresentou também a proposta de como fazê-lo, acrescentando o "como eu vos amei". Até porque - e hoje entendemos com mais exatidão - ele é o Modelo e Guia, referência mais alta que possuímos no planeta para seguir e nos esforçarmos como exemplo para incorporarmos ao comportamento.

Essa adoção de postura no comportamento é capaz de vencer obstáculos, extinguir contendas e dispensar mágoas, ressentimentos ou sentimentos de vingança ou mesmo temores infundados, uma vez que estamos todos protegidos por sua grandeza e bondade.

É a calma, a resignação ativa, que trabalha, compreende e encontra outros caminhos que sejam de paz para superação dos imensos desafios da atualidade.

Orson Peter Carrara – A calma que se precisa
                                                                        – O Consolador – Nº 470 – 19/06/2016

Calma - Calma e fé

 Realmente, não te será possível deter as vítimas da precipitação.

Aqui, é alguém que clama intempestivamente por dias melhores, sem despender qualquer esforço para alicerçá-los.

Ali, é o amigo que desiste da tolerância e se desequilibra no espinheiral da irritação.

Mais adiante, é o doente exigindo a própria cura em poucas horas, depois de organizar campo adequado para a longa enfermidade que o aflige.

Com todos esses casos rentearás, inclusive, talvez, através de familiares queridos que se mostrem incursos nesses quadros de intemperança mental, a se expressarem por estranhas perturbações.

Lembrar-te-ás, porém, de que a ansiedade negativa, só por si, nunca serviu a ninguém.

A aflição inútil quase sempre apenas mentaliza alucinações suscetíveis de piorar quaisquer problemas, já de si mesmos graves e complicados.

Observa os padrões da Natureza.

A árvore não frutesce sem habilitar-se no tempo para isso.

Por mais vocifere um homem reclamando a luz solar direta num hemisfério em que o relógio aponta a meia-noite, reconhecer-se-á obrigado a esperar pelo amanhecer.

A lâmpada para fazer-se clarão deve ajustar-se à voltagem a que se vincula.

E uma criança, por mais prodígios de inteligência, dos quais dê testemunho, somente abraçará determinadas responsabilidades quando o tempo lhe acrescente madureza ao raciocínio.

Nas provas com que te defrontes, conserva a serenidade da paciência para que te sobreponhas aos impactos inevitáveis do sofrimento que, na Terra, comparece no caminho de todos.

Age e constrói, abençoa e auxilia sempre para o bem, mas não te esqueças de que se não consegues estabelecer a harmonia e a segurança no íntimo dos outros, podes claramente guardar a calma e a fé no próprio coração.

Elucidações de Emmanuel – Calma e fé – O Consolador – Nº 4 – 09/05/2007

Emmanuel, Livro: Amigo, (Chico Xavier)

Calma - sai mais barato perdoar

  Geraldinho suplicava que o pai lhe perdoasse, sabia que errara ao bater o carro do “velho” por conta de sua pouca habilidade ao volante, m...